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Destino (Turquia, 2001)

Mensalmente, estamos aqui no Masmorra Cine, falando de filmes não-estadunidenses de uma forma que cabe no seu tempo e, de quebra, apresentando dicas culturais oriundas dos países das obras destacadas. Venha conosco. Hoje, iremos à Turquia.

         Carvalho de Mendonça

        

DESTINO (Turquia, 2001)

Yazgi – Drama – 1h59min – Zeki Demirkubuz

A obra em 10 segundos

Uma das melhores obras baseadas no romance O Estrangeiro, de Albert Camus, o filme conta a história de Musa, um homem que acredita que a existência humana é um enorme vazio. Porém, sua apatia lhe trará consequências terríveis.

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A obra em 46 segundos

Uma das melhores obras baseadas no romance O Estrangeiro, de Albert Camus, Destino, filme escrito e dirigido por Zeki Demirkubuz, é um drama de extrema força, que desperta no público reflexões profundas acerca da condição humana. Musa (Serdar Orçin) é um homem que acredita no total vazio da existência e que a vida não possui qualquer razão superior. Sem aspirações, sonhos, projetos e sentimentos, Musa divide o seu dia em comer, dormir e trabalhar, numa apatia completa. A morte de sua mãe não o abala, nem o deixa triste. Porém, a sua personalidade lhe trará consequências terríveis. Acusado de um crime que não cometeu, ele se recusa a se defender e simplesmente aguarda a sua pena. Longa metragem com um roteiro impecável e uma direção incômoda, “Destino” é um trabalho que martela a mente do espectador por uns bons dias.  

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A obra em 2 minutos e 35 segundos

Uma das melhores obras baseadas no romance O Estrangeiro, de Albert Camus, Destino, filme escrito e dirigido por Zeki Demirkubuz, é um drama de extrema força, que desperta no público reflexões profundas acerca da condição humana. Longa metragem que, com um roteiro impecável e uma direção incômoda, martela a mente do espectador por uns bons dias. Ambientado no efervescente cenário político turco, Destino conta a história de Musa (Serdar Orçin), um homem apolítico, que acredita que a existência humana é um enorme vazio. Porém, sua apatia lhe trará consequências terríveis.

Albert Camus é o criador daquilo que é conhecido como absurdismo, ou teoria do absurdo, e seu trabalho O Estrangeiro explora maravilhosamente esse universo. O protagonista do livro, Mersault, é indiferente a absolutamente tudo o que acontece ao seu redor. Não se importa com o passado, nem com o futuro, nem com sonhos, planos, com nada. Suas atitudes são tão distantes das esperadas por uma consciência de normalidade social, que as pessoas não conseguem compreender a sua conduta, assim como ele aparenta ser incapaz de entender as normas comportamentais vigentes.

No filme, Musa divide o seu dia em comer, dormir e trabalhar, numa impassibilidade completa. A morte de sua mãe não o abala, nem o deixa triste. Os atos reprováveis de seu vizinho também não. Os eventos havidos no escritório não o afetam de forma alguma. O limite da estranheza é alcançado quando Musa é acusado de um crime que não cometeu. Ele se recusa a se defender, a dizer o que sabe sobre o caso, a se manifestar, a sofrer, e aguarda, friamente, pelo seu julgamento e por sua pesada pena.

O filme de Zeki Demirkubuz possui consideráveis diferenças para o romance de Albert Camus, mas a essência do pensamento do filósofo franco-argelino está muito bem representada em Destino. A exposição da sociedade a um homem vazio de sentimentos e a exposição deste homem à uma sociedade que não compreende e não aceita a sua personalidade formam um quadro interessantíssimo de reflexão acerca do que realmente importa na vida, e sobre quem tem o poder de decidir isso.

Musa e Mersault não se importam com a vida. Sendo assim, não se importam com a morte. Não se importam com a justiça. Sendo assim, não se importam com a injustiça, com crimes, penas, condenações, liberdades e confinamentos. Não acreditam no bem, nem no mal. Nem no bom, nem no mau. Não acreditam que haja motivações e razões para a existência humana. Acreditam apenas no vazio. No vazio e no absurdo.

Ponto forte: Apesar de ser bastante distinto do livro, o filme consegue apresentar com maestria a reflexão e a profundidade proposta por Camus.

Ponto fraco: Não chega a ser um ponto fraco, pois faz parte da criação do ambiente, mas o ritmo do filme pode ser incômodo para alguns espectadores.

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Ficha Técnica

Direção de Zeki Demirkubuz

Roteiro de Zeki Demirkubuz

Baseado na obra de Albert Camus

Produção de Zeki Demirkubuz

Elenco principal com Serdar Orçin, Zeynep Tokus, Engin Gunaydin, Demir Karahan, Feridun Koç e Emrah Elçiboga

Fotografia de Ali Uyku

Edição de Zeki Demirkubuz

Design de produção de Bahar Evgin

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Dica cultural, diretamente da Turquia

A dica cultural de hoje já é um tremendo sucesso da Netflix, e, como todo filme que bomba no streaming, gera controvérsias, críticas pesadas, opiniões contrárias e divisão do público. Em que pese a maioria dos especialistas terem torcido o nariz para a obra, O Milagre da cela 7 é um “filmão” que merece ser assistido. Discordo das pessoas que atacaram a obra, mas adianto: eles não mentem sobre ela. Realmente, trata-se de um dramalhão, pouco realista, com atuações forçadas e diversos truques para tirar lágrimas de quem assiste. Isto posto, afirmo que são exatamente essas características que fazem de o Milagre da cela 7 uma excelente opção para quem quer se emocionar, torcer pelo mocinho sofrido e se apaixonar pela garotinha.

Por hoje, é isso, companheiras e companheiros.

Até mais.

Carvalho de Mendonça

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