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Parágrafo 175: a perseguição aos homossexuais e a visão biológica nazista.

Parágrafo 175: a perseguição aos homossexuais e a visão biológica nazista.
IMDB  Ano 2000 Direção: Rob EpsteinJeffrey Friedman Roteiro: Sharon Wood

O documentário foi feito por Rob Epstein e Jeffrey Friedman (que também assinam o ótimo The Celluloid Closet, o outro lado de Hollywood, de 1995)

Parte de um estudo do historiador Klaus Müller, o filme lança luz sobre um tema pouco explorado: a perseguição nazista aos homossexuais. Os produtores expõem as histórias dos poucos sobreviventes homossexuais da Shoá que aceitaram dar suas declarações.
Por meio da intercalação de depoimentos dos sobreviventes com fatos históricos, mostra-se como eles desenvolveram sua sexualidade e como esta foi vivida durante o período de governo nazista.
Segundo dados oferecidos pelo filme, foram aprisionados cerca de 100 mil homens de famílias cristãs alemãs, além disso, entre dez e quinze mil foram mandados a campos de concentração. No ano 2000, quando o documentário foi feito, apenas dez homens dessa cifra continuavam vivos.
O nome Parágrafo 175 é uma referência a uma lei do Código Penal Alemão, feita em 1871. A descrição da lei, dada no filme, é a seguinte: “Um ato antinatural entre pessoas do sexo masculino, ou por humanos com animais, são puníveis com prisão e a perda dos direitos civis pode lhe ser imposta”, ou seja, a homossexualidade, naquela época, não era bem-vinda na Alemanha e, também, era digna de punição.
A importância do documentário é imensa, pois repara, em certa medida (ainda que não da forma necessária), a história das pessoas que sofreram com a perseguição nazista e ainda sofrem as consequências desse terrível período, dando-lhes o devido reconhecimento como vítimas do nazismo.
Dos sobreviventes, até o ano 2000, deram depoimento: Karl Gorath (ainda que muito pouco, devido a sua dificuldade em falar sobre o assunto), Pierre Seel, Heinz F., Annette Eick, Albrecht Becker, Gad Beck e Heinz Dörmer.
Os relatos começam com a felicidade da descoberta e vivência da sexualidade de forma plena em um momento em que não era necessário se esconder, ainda que a lei anti-homossexuais já estivesse em vigor. Muitos dos depoentes relembram com alegria os momentos de infância e adolescência onde não se preocupavam com a sua segurança.
Parágrafo 175 mostra com clareza esse período de liberdade e como foi a transição para um sistema de opressão. O documentário mostra como, nos anos 20, Berlim transformou-se no paraíso homossexual. Ignorava-se o parágrafo 175. Até mesmo criou-se um movimento para extinguir a lei. Tal movimento era liderado Hirschfeld, cientista pioneiro na investigação sexológica, além de socialista, judeu e homossexual.

Confira completo aqui, na no nosso canal no Youtube:

https://www.youtube.com/watch?v=2vieiX4-Vps&t=3199s

CineMasmorra repudia toda e qualquer forma de preconceito!

Esse documentário serve para que abramos os olhos e tomemos muito cuidado ao aceitar e difundir falas preconceituosas contra pessoas LGBT+ essas atitudes não podem e não devem ser naturalizadas.
O amor vencerá o ódio.
#LoveIsLove #HomofobiaNão

Este texto excelente é do site “Autorias” de Igor Fernandes. Acesse e prestigie!

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Angelica Hellish

Angélica Hellish é a criadora do projeto. Cinéfila, mãe, ativista pela causa LGBTQIA+ e antifascista.

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